Resenha de A verdade Invisível de Paulo Cunha
Vamos conhecer agora a resenha para o livro A Verdade Invisível de Paulo Cunha
A empresa familiar Mel, hoje uma grande corporação, enviou uma mensagem tranquilizadora a seus colaboradores, para desmentir um boato de queda financeira. Entretanto, a verdade era bem outra.
Por mais de vinte anos, Rodolfo Bastos fora um colaborador de confiança do fundador da empresa e empregado do alto escalão administrativo e, por entender amiúde o que acontecia em cada setor, fora imcumbido de dissecar o que de fato ocorria nos bastidores.
E, por consequinte, quando a verdade veio à tona de forma abrupta , foi eleito como “bode expiatório”.
Um fornecedor deixou vazar sobre a real situação da empresa, agora sobre a regência de Roberto Mel, que passara a administrar a Mel quando seu pai, Vitor Mel adoecera.
Filho mais velho do casal Vitor e Lurdes Mel, Roberto, é irmão de Augusto que teme que descubram o desfalque o desfalque durante a auditoria implementada por Rodolfo Bastos, a pedido da mãe.
O confronto, inicialmente velado, entre Lurdes mel e seu filho Roberto,torna-se evidente quando ela decide apoiar Rodolfo Bastos e não a seu próprio filho para a presidência do Conselho Admininstrativo.
“... A Mel hoje era acéfala. Só assim se compreendia como estava a perder clientes,fornecedores e quadros para a concorrência . (...) Aparentemente, tirando o Dr. Rodolfo Bastos, não havia cabeças indejejáveis para rolar”
Rodolfo era casado com Beatriz. Havia entre eles um mal estar do filho não gerado.
Há ainda a apresentação de um homem, abandonado pela esposa Marta, professor que relembra através de divagações os passos que dera desde que conhecera a esposa até o inicio do fim de seu casamento.
Nesse momento Paulo Cunha ainda não revela quem é esse personagem.
O romance A verdade Invisível é dividido em duas partes; a primeira parte- O Grupo Mel- refere-se a conhecer o Grupo Mel e a demosntrar como a empresa chegou à falência e as tentativas de esconder de todos desse infortúnio.
A segunda parte, na metade do livro, começa na página 207, onde geralmente a maioria dos romances está na fase conclusiva ou principiando a conclusão.
E quando a segunda parte começa o leitor depara-se com “ o circo empresarial formado”, agora sim descrevendo a situação apresentada na sinopse e que dá titulo à segunda unidade: Um crime na Universidade.
O engenheiro Roberto Mel é assassinado e a última pessoa a estar com ele na Universidade é, Justamente, Rodolfo Bastos, com quem teve , momentos antes mais um mal-estar.
Ao adiantado da noite, Antonio oliveira encontra o engenheiro morto.
Ao reitor ele informa ter o engenheiro sofrido um ataque cardíaco. Porém, a verdade está lá, invisível, à espreita.
O romance A Verdade Invisível é narrado por mais de um ponto de vista, alternando-se a cada unidade.
A trama delineia-se aos poucos, mais pelo que não é dito do que por aquilo que é revelado.
O leitor logo percebe que não sabe tudo, ainda não sabe, quiçá na próxima página, e novos indícios são revelados, alguns que se percebem verdadeiros, outros não.
A escrita é fluída, muito embora escrita em português de Portugal o que trouxe algumas dificuldades aqui e ali com as peculiaridades da língua de lá e daqui do Brasil, mas nada que se tornasse impossível compreender e que não se revelasse mais um dado a ser desvendado.
O clima de conspiração, o suspense e o drama familiar explicita o contexto desse romance de 535 páginas.
Diagramação excelente, revisão igualmente boa.
A capa lembra um thriller de suspense, um corredor de universidade sombrio e vazio, em que nada deixa a desejar com o suspense que encontramos nas páginas.
Entretanto, minha ilustração preferida é a da contracapa.
A cadeira voltada para a lembrar de que está vaga e convidando-o a sentar. Após ler a sinopse, onde Apólio Silveira de Saraiva se depara com o cadáver na universidade, percebemos que talvez sentar-se naquela cadeira vazia, não seja uma boa idéia, e melhor será declinar o convite.
Um grande romance, em todos os sentidos, escrito pelo autor Paulo Cunha.
A verdade Invisível. Gostarás de conhecer essa história.
Michelle Louise Paranhos - Crítica Literária